festival da juventude em Fortaleza.
Manifestações populares convocadas pela internet reafirmam nova era, mas disputa pela democratização da comunicação continua.
Escrito por: William Pedreira no site da CUT
Em mais um dia debates no II Festival das Juventudes em Fortaleza, a mesa sobre ‘Internet como política pública de juventude’ foi interposta por uma unanimidade entre os/as debatedores/as: as manifestações populares com grande participação de jovens convocadas pela internet por todo o mundo lançam vozes a uma nova era.
Abordando o assunto, Alex Capuano, representante do Instituto Observatório Social, citou exemplos como o da Primavera Árabe, da churrascão da gente diferenciada em SP e o da bolinha de papel contra José Serra para reafirmar a importância da internet como instrumento de organização, mobilização e de contraponto a mídia hegemônica.
Para ele, a universalização do acesso à internet não será feita por vias de comunicação convencional. “Por isso a importância dessas manifestações. Não são poucos os desafios quando se trata de comunicação, onde é evidente a impotência dos órgãos de Estado diante da máquina oligárquica”, sublinha Alex.
Falar em universalização da internet é pensar no Plano Nacional de Banda Larga. Porém, nos moldes proposto pelo governo, onde não há metas de universalização, vai-se na contramão da democratização dos serviços.
Para tanto, destaca Gabriel Medina, um maior protagonismo do Estado e o fortalecimento da Telebrás são essenciais para fazer da internet um direito de todos e todas. “As teles foram fruto de um processo entreguista do no governo FHC deixando os brasileiros reféns dessas grandes corporações. É aí que entra a importância dos movimentos sociais e da juventude atuando de forma unificada para pressionar por um Plano que traga avanços no sentido de universalizar à internet, lembrando que mais do que lazer e diversão, a internet é um instrumento fundamental para o desenvolvimento nacional e a inclusão social”, afirma Gabriel Medina
Ele também destacou a necessidade de um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil, levando ao centro do debate a questão da propriedade cruzada por uma mesma pessoa ou grupo econômico de emissoras de TV, rádio e jornal .
Por fim, a militante feminista e professora da UFC (Universidade Federal do Ceará), Lola Aronovich, usou de experiência própria para sublinhar a importância de ações por vias não institucionalizadas.
Lola possui desde 2008 um blog onde trata de temas relacionados a temática feminista e de movimentos sociais. “Temos o poder nas mãos. A internet vem colaborando no processo de difusão de informações além daquelas expelidas pela mídia nacional. É preciso disputar a hegemonia e isso passa pela construção de ações de forma organizada pela internet e pela luta por uma comunicação universal e de qualidade”. E finalizou: “o jovem precisa reagir e reafirmar-se como protagonista das mudanças”
A mesa sobre internet foi coordenada por Renata Scaquetti, Coletivo da Juventude SindSaúde-SP
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