terça-feira, 11 de dezembro de 2012

ENTREVISTA O SINDICATO RURAL



Sócios aguardando o momento de escolher a nova direção do STTR de Poço Branco
Tradicional e atuante entidade classista do muncicípio, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Poço Branco (STTR), através de seus sócios aptos ao processo eleitoral, escolheu a sua nova presidência. Aos 36 anos, a cidadã e também blogueira Gildênia Barbosa da Silva Freitas, natural de Taipu-RN, foi eleita por aclamação e se tornou a primeira presidenta do sindicato. A eleição ocorreu no dia 7 de julho passado, na Escola Estadual José Francisco Filho.

Gildênia (de pé) durante a comemoração da vitória da Chapa 1
Na ocasião, foram eleitos os membros da nova diretoria e do conselho fiscal da entidade. Duas chapas disputaram a eleição: a Chapa 1, encabeçada pela senhora Gildênia Barbosa da Silva Freitas; e a Chapa 2, pelo senhor Sebastião Pedro de Carvalho (Batu). Após a apuração dos votos a Chapa 1 obteve 379 votos, contra 15 votos da concorrente.

ENTREVISTA GILDÊNIA BARBOSA DA SILVA FREITAS

1. Quais foram as suas primeiras atividades na comunidade, antes de ingressar no STTR?

Durante vários anos, participei do Grupo de Jovens da Igreja Católica de Poço Branco. Nos anos 90, quando o Movimento dos Sem Terra (MST) chegou à nossa região, contribui na articulação das propriedades consideradas improdutivas e na mobilização dos agricultores e agricultoras para que eles pudessem ocupar essas terras para, em seguida, serem compradas pelo governo.

2. Qual a sua ligação com as atividades rurais e o que a levou a ingressar no sindicalismo?

A minha maior ligação com o campo veio do berço, pois sou filha de agricultores e me casei com um agricultor. Acredito que esse destino já estava em minhas veias e acredito que eu não tinha como fugir dele.

3. Hoje, como a senhora enxerga o STTR de Poço Branco se comparado a gestões anteriores?

Todos tiveram sua época. Hoje, o sindicato tem uma maior visibilidade - tanto interna, quanto externa. A disputa pela presidência da entidade aumentou em relação ao passado e a forma de conduzir os trabalhos mudou pra melhor, principalmente, em relação à Previdência Social. Há ainda um maior reconhecimento de outras entidades sindicais em relação ao nosso sindicato e ao nosso trabalho, tanto que ocupo o cargo de secretária de formação da Central Ùnica dos Trabalhadores (CUT) certamente graças ao desenvolvimento do nosso sindicato.

4. O que deve ser feito para que o STTR possa prestar serviços de utilidade social, médica, odontológica e jurídica de forma integral a seus sócios?

Esses serviços já existem em nosso sindicato. Temos atendimento médico e oftalmológico, assim como a disponibilidade de um advogado para a orientação dos associados.

5. Em sua opinião, há como o STTR se aproximar da população do município que não faz parte do quadro de sócios da entidade?

O sindicato é voltado exclusivamente para as atividades relacionadas aos trabalhadores e trabalhadoras rurais do município e não há como estendê-las a toda população do município. A maioria dos associados ainda tem a prática de procurar a entidade apenas quando precisa requerer um benefício para Previdência Social, mas o sindicato não se presta apenas a isso. Um dos desafios do nosso mandato é levar o STTR às comunidades e assentamentos rurais para fazer um trabalho de base mais completo, informando a todos sobre seus direitos e deveres que a maioria desconhece.

6. Qual a sua opinião sobre a reforma sindical que ainda está emperrada no Congresso Nacional?

Esse é um tema muito polêmico e que requer um maior aprofundamento e debate em toda a sociedade brasileira. Por isso, prefiro não comentar agora.

7. A senhora acredita que o movimento sindical, de uma forma geral, não tem mais o reconhecimento e a confiabilidade da população de tempos atrás?

Acredito que sim, pois o movimento sindical se acomodou bastante depois da chegada do sindicalista Luiz Inácio (Lula) a Presidência da República. Muitos sindicalistas achavam que um governo de esquerda seria muito benéfico para o movimento e que tudo seria diferente. Só que essas mudanças não foram tantas e pouco se alterou no cenário sindical desde então. Acredito que, de certa maneira, esse cenário contribuiu para que a população perdesse um pouco da confiança que tinha pelo movimento sindical. Hoje, todos nós sentimos na pele as consequências de políticas públicas voltadas para os trabalhadores rurais que nunca chegaram na forma e no tempo esperados por quem mais precisa.

8. O que a senhora pretende inovar no STTR durante o seu mandato como presidenta da instituição?

Além de levar a sindicato até as comunidades rurais, pretendo estabelecer uma parceria como o poder executivo local, de modo a facilitar a solução de problemas comuns e dar maior visibilidade a essa categoria que tanto carece da presença do poder público.

NOTA: O Blog de Poço Branco agradece pela presteza, maturidade e respeito ao debate mostrados pela entrevistada.

06/12/2012

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